Antônio Frederico de Castro Alves 1847+1871
Tragédia no Mar
Existe um povo que a bandeira empresta
Pr'a cobrir tanta infâmia e covardia!...
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria!...
Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta,
Que impudente na gávea tripudia?!...
Silêncio!... Musa! chora, chora tanto
Que o pavilhão se lave no teu pranto...
Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra,
E as promessas divinas da esperança...
Tu, que da liberdade após a guerra,
Foste hasteado dos heróis na lança,
Antes te houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha!...
Fatalidade atroz que a mente esmaga!
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu na vaga,
Como um íris no pélago profundo!...
...Mas é infâmia de mais... Da etérea plaga
Levantai-vos, heróis do Novo Mundo...
Andrada! arranca este pendão dos ares!
Colombo! fecha a porta de teus mares!
Os intelectuais usam a escrita para dar o grito de liberdade e colocar para fora aquilo que está engasgado na garganta.
A escrita é o meio pelo qual nos expressamos e desabafamos mas nem sempre aquele que escreve é compreendido.
Chega ao ponto de alguém dizer:
"Seus textos são desconexos e não dizem nada"!
1 comentários :
Já que somos intelectuais, o importante é que sabemos o que queremos dizer! Outros seres intelectuais também poderão entender e interpretar nosso 'engasgo'...
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